TRANSPORTE DE ÓRGÃOS
2º ETA transporta mais de 30 órgãos para transplante em 2018
O Segundo Esquadrão de Transporte Aéreo (2º ETA) foi acionado, na madrugada da última sexta-feira (28/09), para buscar órgãos doados para transplante (fígado e rins) na Região Nordeste do país. A tripulação de sobreaviso da aeronave C-95M Bandeirante decolou de Natal (RN) rumo a Petrolina (PE), com uma equipe médica, por volta de meia-noite e meia.
De Petrolina, os órgãos foram levados para Recife (PE). A aeronave pousou, logo após o amanhecer, às seis e meia da manhã.
Dois dias antes, na quarta-feira (26/09), a tripulação do 2º ETA fez a mesma rota, com destino a Recife, conduzindo um coração doado para salvar mais uma vida. Após esse acionamento, o Esquadrão Pastor - unidade aérea da FAB sediada em Natal (RN) - completou a marca de 30 missões cumpridas, com um total de 37 órgãos transportados no ano de 2018.
“É muito nobre esse tipo de missão que envolve um ato de solidariedade da família que está perdendo um ente querido e, mesmo assim, aceitou doar o órgão para salvar uma ou mais vidas. Todo esforço e preparo valem a pena quando fazemos cumprir esse tipo de missão”, destacou o Tenente Leonardo Augusto Furlan, tripulante da missão.
Logística do transporte de órgãos
A logística de uma missão de transporte de órgãos, tecidos e equipes (TOTEQ) é complexa. Cabe ao Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA), a coordenação da distribuição, por meio de transporte aéreo, de órgãos para transplante no Brasil. Para isso, a unidade conta com duas posições da Central Nacional de Transplantes (CNT) em seu Salão Operacional, 24 horas por dia, para gerir a logística de distribuição.
Recebida a demanda, os profissionais alocados no CGNA iniciam a busca pelo voo adequado mais próximo, que serve ao percurso requerido. A regra é o aproveitamento de voos da aviação comercial. Quando o trecho não é atendido por linha aérea, entra em cena o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) da Força Aérea Brasileira (FAB), que, acionado, viabiliza uma aeronave militar.
Atualmente, existem tripulações de sobreaviso 24 horas nas seguintes localidades: Manaus (AM), Belém (PA), Recife (PE), Brasília (DF), Guarulhos (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Canoas (RS).
As instituições coordenadoras precisam ter uma boa comunicação e trabalhar de forma integrada. A agilidade no cumprimento da missão é necessária, pois todo órgão possui um tempo de isquemia fria (TIF), que é o tempo que pode ficar sem circulação sanguínea. O coração é o órgão que tem o menor tempo de isquemia e os rins, por exemplo, podem ficar 24h sem serem irrigados.
Fotos: 2º ETA